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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Assista o vídeo


Migrações


Autor da música:  Carlos Alberto Pereira  (UEMG), Coleção Vestibular - Aprender Geografia é show!
Autores(as) do vídeo: Mateus Morais, Iêda Oliveira e Islane Oliveira.

domingo, 22 de julho de 2012

O que leva uma pessoa a migrar?


As pessoas estão em constante movimento no espaço e sempre se adaptando a novos lugares. A mobilidade das pessoas, grupos, ou povos de um lugar para outro na maioria das vezes tem a finalidade de buscar melhores condições de vida, procurar emprego, estudar, fugir de uma área de desastre natural ou existência de guerras. Os migrantes costumam buscar regiões com alto índice de urbanização por procurarem boas condições de vida (emprego, educação e saúde), mas os grandes centros urbanos acabam superlotados de pessoas, o que acarreta vários problemas sociais.
            De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia - SEI (2004) o valor do homem muda constantemente para melhor ou para pior, independentemente de suas capacidades e habilidades, em função do lugar onde vive e das suas cracterísticas e da proximidade e/ou acessibilidades ao mercado de trabalho, aos serviços, às informações, às estruturas de poder e aos seus direitos de cidadão. Enquanto um lugar vem a ser condição de sua pobreza, um outro lugar poderia, facilitar o seu acesso àqueles bens e serviços que lhe faltam.
O vídeo e letra abaixo são da música “Encontros e despedidas” do cantor Milton Nascimento e interpretada por Maria Rita, ela retrata muito bem essa mobilidade constante das pessoas.

 


ENCONTROS E DESPEDIDAS
Milton Nascimento e Fernando Brant

Mande notícias do mundo de lá, diz quem fica.
Me dê um abraço, Venha me apertar. Tô chegando
Coisa que gosto, É poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero
Todos os dias é um vai e vem. A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais.
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar, e partir...
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro e também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida...
Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir.



Referências:
 Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Panorama de migração dos municípios baianos em 1995-2000. Salvador: SEI, 2007. 
http://www.youtube.com/watch?v=tyBvtrjLUrg  

Diferença entre emigrar e imigrar



O que é emigração?

Emigrar é o movimento de saída de pessoas de uma unidade geográfica (país, região, estado, município, etc.) para outra, que passa a ser adotada como local de residência.
Para os países de partida as consequências são muitas, dentre elas podemos citar a perda da mão-de-obra jovem, desequilíbrio entre os sexos, visto que os maiores emigrantes são os homens, envelhecimento da população. Já para o emigrante pode haver benefícios como a melhoria nas condições de vida, principalmente aos que procuram estudar ou trabalhar em outros lugares, mas pode haver o contrário como a não adaptação ao local de destino, sendo obrigados a ficar sem condições de sobrevivência ou voltar ao seu local de origem.
  
O que é imigração?
Imigrar é o movimento de entrada de pessoas numa unidade geográfica (país, região, estado, município, etc.), que passa a ser adotada como local de residência.

Os países que acolhem imigrantes podem ter algumas vantagens como, possuir novas experiências culturais, ocupar os postos de trabalho de mão de obra barata, capital trazido pelos imigrantes, entre outros. Por outro lado, pode haver um choque cultural ocasionando a xenofobia, uma grande concorrência por empregos, maiores possibilidades de problemas habitacionais como a criação de periferias, entre outros, e esses são alguns dos motivos pelos quais muitos países fecham suas portas para imigrantes. 


Para entender melhor...

O migrante sai de um local e vai para outro. Ele tem uma origem e um destino. Uma pessoa que sai de uma região é um emigrante de seu local de origem. Uma pessoa que vem para uma região é um imigrante em seu local de destino. Eu morava na Bahia e fui morar em São Paulo. Sou um migrante, pois troquei de estado. Minha origem é a Bahia. Eu sou um imigrante em São Paulo.

Referência:
Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Panorama de migração dos municípios baianos em 1995-2000. Salvador: SEI, 2007.

Migração pendular




É o movimento migratório cuja periodicidade é diária ou semanal, realizado entre o lugar de residência e o local de trabalho ou estudo, por exemplo.
A migração pendular é uma mobilidade no cotidiano da pessoa, por isso ela não precisa abandonar seu local de residência definitivamente, ou seja, não muda o seu espaço habitual. Ela pode manter o mesmo trabalho, os amigos, os locais de lazer e as instituições educacionais.
Esse processo significa mais um fluxo populacional de forma momentânea. Pode ser visto mais intensamente nas grandes cidades devido a grande quantidade de pessoas trabalhadoras que deixam suas residências antes do horário comercial para chegar ao emprego, e antes do fim da tarde ou do expediente voltam para suas residências. Há também os que moram em uma determinada cidade e trabalham em outra. Decorrentes da migração pendular ocorrem nos centros urbanos a hora do rush, que são determinadas horas do dia em que as pessoas se aglomeram no trânsito, ônibus, metrô ou nas calçadas para irem ou voltarem do trabalho.
Os trabalhadores do campo também se enquadram como migrantes pendulares, os chamados “bóias-frias” que residem geralmente na cidade e se deslocam diariamente até o campo onde desenvolvem suas atividades. 

Referências:
 Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Panorama de migração dos municípios baianos em 1995-2000. Salvador: SEI, 2007.



Migrações Internas





Este tipo de migração diz respeito ao deslocamento de parcelas da população de um lugar a outro dento de um mesmo território nacional.  As migrações internas não interferem no número de habitantes de um país, porém altera as regiões envolvidas no processo. As migrações internas estão, geralmente, relacionadas a questões como desastres naturais, conflitos regionais, questões naturais que interferem na qualidade de vida, como o clima, entre outros. Porém, o que mais influencia nas migrações desse tipo é a criação de novos pólos de desenvolvimento, a partir de capital estatal ou privado.
Assim como o foco dos investimentos durante a história, os principais destinos dos movimentos migratórios mudam. Portanto, as principais atividades econômicas que atraíram as migrações internas no Brasil foram:
  •  A criação de gado no sertão do Nordeste, no século XVII, quando nordestinos deixaram as zonas litorâneas, devido ã decadência da cana-de-açúcar e da monocultura do fumo na região do Recôncavo baiano;
  • A mineração, no século XVIII, quando nordestinos e paulistas deslocaram-se para Minas Gerais devido à intensa exploração de ouro;
  • A cultura do café na zona de terra roxa, que determinou novo movimento migratório (nordestinos e mineiros) para São Paulo e Paraná, em fins do século XIX e começo do atual;
  •  A extração do látex, entre a segunda metade do século XIX e começo do século XX, quando nordestinos procuraram a Amazônia e povoaram o Acre;
  • A expansão da produção do algodão, na década de 30, atraindo nordestinos e mineiros para o estado de São Paulo.
      


 Figura 1: mapa do fluxo migratório por grandes regiões do Brasil, de 1999 a 2000.
 



Numa iniciativa de interiorizar a indústria, por volta da segunda metade do século XX o Governo federal delimitou novas fronteiras agrícolas. Para isso, foi necessária a realização de algumas obras para que as atividades na região fossem desempenhadas, tais obras subsidiaram o crescimento econômico da região e resultou num intenso movimento migratório para o oeste do país. Os imigrantes eram compostos, principalmente, por sulistas. Porém logo esse movimento perdeu força diante da grande concentração de terras e a disposição das pastagens.
Outro movimento bastante intenso foi o de ida para o estado de São Paulo, este que também diminuiu consideravelmente entre 1995 e 2000, os imigrantes (assim denominados os que chegam) eram 1,2 milhão e, entre 1999 e 2004, passaram a somar 870 mil, segundo dados obtidos a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios- PNAD. Mas muitas pessoas também fizeram o caminho inverso no mesmo período, foram 105 mil emigrantes (assim denominados os que saem) a mais que imigrantes.
Atualmente, o movimento que mais chama a atenção é o de volta aos locais de origem. Muita gente, por exemplo, está deixando o Sudeste e voltando para o Nordeste, o crescimento do volume de migrantes nesse fluxo foi de 19% entre os períodos de 1995-2000 e 1999-2004. Além da conquista de uma maior estabilidade financeira por parte desses nordestinos que viviam em São Paulo, outras hipóteses apresentadas para justificar esse movimento estão relacionadas aos novos focos de crescimento econômico no Nordeste e aos programas de transferência de renda do governo federal.
Além desse movimento de “de volta as origens”, o que se viu na última PNAD foi o surgimento de um novo destino dos emigrantes, que é a região do centro-oeste, devido principalmente a expansão e desenvolvimento do agrobussiness. Outro movimento bastante visto é o descolamento de pessoas para as médias cidades brasileiras em detrimento aos grandes conglomerados urbanos. Em relação ao movimento de volta para o nordeste, embora este esteja acentuando nas últimas três décadas, o sudeste se constitui como o principal destino de emigrantes e a macrorregião do norte-nordeste se configura com a principal área de repulsão de pessoas. 

Tabela 1: os saldos migratórios de cada região
 

Constatou-se a perda de capacidade de atração populacional na região Sudeste, que apresentou saldo negativo de migrantes tanto em 2004 quanto em 2009. O Nordeste continua perdendo população, porém em uma escala bem menor que no passado.