Este
tipo de migração diz respeito ao deslocamento de parcelas da população de um
lugar a outro dento de um mesmo território nacional. As migrações internas não interferem no número
de habitantes de um país, porém altera as regiões envolvidas no processo. As
migrações internas estão, geralmente, relacionadas a questões como desastres
naturais, conflitos regionais, questões naturais que interferem na qualidade de
vida, como o clima, entre outros. Porém, o que mais influencia nas migrações
desse tipo é a criação de novos pólos de desenvolvimento, a partir de capital
estatal ou privado.
Assim
como o foco dos investimentos durante a história, os principais destinos dos
movimentos migratórios mudam. Portanto, as principais atividades econômicas que
atraíram as migrações internas no Brasil foram:
- A criação de gado no sertão do Nordeste, no século XVII, quando nordestinos deixaram as zonas litorâneas, devido ã decadência da cana-de-açúcar e da monocultura do fumo na região do Recôncavo baiano;
- A mineração, no século XVIII, quando nordestinos e paulistas deslocaram-se para Minas Gerais devido à intensa exploração de ouro;
- A cultura do café na zona de terra roxa, que determinou novo movimento migratório (nordestinos e mineiros) para São Paulo e Paraná, em fins do século XIX e começo do atual;
- A extração do látex, entre a segunda metade do século XIX e começo do século XX, quando nordestinos procuraram a Amazônia e povoaram o Acre;
-
A expansão da produção do algodão, na década de 30, atraindo nordestinos e mineiros para o estado de São Paulo.
Figura
1: mapa do fluxo migratório por grandes
regiões do Brasil, de 1999 a 2000.
Numa iniciativa de interiorizar a indústria, por volta da
segunda metade do século XX o Governo federal delimitou novas fronteiras
agrícolas. Para isso, foi necessária a realização de algumas obras para que as
atividades na região fossem desempenhadas, tais obras subsidiaram o crescimento
econômico da região e resultou num intenso movimento migratório para o oeste do
país. Os imigrantes eram compostos, principalmente, por sulistas. Porém logo
esse movimento perdeu força diante da grande concentração de terras e a
disposição das pastagens.
Outro movimento bastante intenso foi o de ida para o estado
de São Paulo, este que também diminuiu consideravelmente entre 1995 e 2000, os
imigrantes (assim denominados os que chegam) eram 1,2 milhão e, entre 1999 e
2004, passaram a somar 870 mil, segundo dados obtidos a partir de informações
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios- PNAD. Mas muitas pessoas também
fizeram o caminho inverso no mesmo período, foram 105 mil emigrantes (assim
denominados os que saem) a mais que imigrantes.
Atualmente,
o movimento que mais chama a atenção é o de volta aos locais de origem. Muita
gente, por exemplo, está deixando o Sudeste e voltando para o Nordeste, o
crescimento do volume de migrantes nesse fluxo foi de 19% entre os períodos de
1995-2000 e 1999-2004. Além da conquista de uma maior estabilidade financeira
por parte desses nordestinos que viviam em São Paulo, outras hipóteses apresentadas
para justificar esse movimento estão relacionadas aos novos focos de
crescimento econômico no Nordeste e aos programas de transferência de renda do
governo federal.
Além
desse movimento de “de volta as origens”, o que se viu na última PNAD foi o
surgimento de um novo destino dos emigrantes, que é a região do centro-oeste,
devido principalmente a expansão e desenvolvimento do agrobussiness. Outro movimento bastante visto é o descolamento de
pessoas para as médias cidades brasileiras em detrimento aos grandes
conglomerados urbanos. Em relação ao movimento de volta para o nordeste, embora
este esteja acentuando nas últimas três décadas, o sudeste se constitui como o
principal destino de emigrantes e a macrorregião do norte-nordeste se configura
com a principal área de repulsão de pessoas.
Tabela
1: os saldos migratórios de cada
região
Constatou-se
a perda de capacidade de atração populacional na região Sudeste, que apresentou
saldo negativo de migrantes tanto em 2004 quanto em 2009. O Nordeste continua
perdendo população, porém em uma escala bem menor que no passado.
Referência: http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/gente-chega-gente-sai-488822.shtml
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